Durante a vida inteira tive que escolher os caminhos a seguir, os rumos que tomei às vezes eram longos e cansativos, talvez não tenha escolhido os melhores trajetos, ou os mais corretos. Andei por muitos caminhos, belos e tenebrosos, aprendi e desaprendi bastante. As fases da minha vida sempre refletem na força para enfrentar essas trajetórias, fatos e pessoas especiais me dão energia para seguir, perdas me desgastam, pior quando não foram planejadas.

Eu projeto um futuro tranquilo, uma profissão que me satisfaça, uma casa aconchegante pra poder descansar, finais de semana de folga e de preferência ensolarados e claro, espero ter alguém pra dividir tudo isso. Eu achei que estava perto de realizar esse desejo, em parte até que estava bastante próximo. Mas é quando achamos que está tudo bem que a vida nos reserva algumas surpresas, desvios que chegam sem que tivéssemos planejado e em um piscar de olhos as coisas escapam das mãos. A minha profissão, a casa e a pessoa deram alguns passos à minha frente e estão inacessíveis aos meus olhos e às minhas mãos, os finais de semana ensolarados não tem a graça de antigamente, parecem cinzentos e chatos. Os meus olhos lacrimejam, não pelos raios de luz do sol, e sim pelas lágrimas que eu não consigo controlar. A casa, se tornou gélida e desconfortável, um sofá de dois lugares hoje é ocupado por uma pessoa atirada vendo o tempo passar. As comidas perderam o gosto e até a sopa mais quentinha, parece fria e sem tempero.

A vida não acabou e nem vai acabar. Eu só desejava dividir todas as sensações que a vida proporciona com alguém que hoje não me tem mais nos seus planos.